Tremolo de Quadril
Olá! bem-vind@ de volta!
Após descrever um pouco do cenário da dança do ventre no Líbano, gostaria de falar sobre a dança na prática.
A dançarina libanesa usa menos seu quadril, se comparada aos padrões com os quais estamos acostumados no mercado brasileiro de dança. Rebuscamento técnico e trabalho pesado de quadril são basicamente obra das egípcias e das ocidentais.
Usa-se um pouco de tremido de quadril (chamado no Líbano de “tremolo”, o que não deixa de ser um lembrete sobre o fato de o termo “shimmie” ser uma incorporação estadunidense) um pouco de batidas laterais de quadril e alguns “oitos” não necessariamente definidos.
Os braços são expansivos e informais, como no dia-a-dia das libanesas, e usam-se muitos deslocamentos. Os “cambrês” são agressivos e, entre um deslocamento e outro, dança-se pouco no eixo.
A libanesa em geral é muito mais ligada ao ritmo e ao pulso do que à melodia e à letra, mas estes últimos não são ignorados, apenas lidos com menos ênfase.
Todos os clássicos egípcios são bem difundidos no Oriente Médio todo, e o Líbano não é exceção. Om Kalthoum, Abdel Halim e Abdel Wahab são muito apreciados, bem como solos de percussão e música popular libanesa, que em alguns casos são adequadas para dançar dabke também.
Aqui, um clip (sim, clip!) da bailarina libanesa Amani, exemplificando a “ginga” libanesa (termo pelo qual optei agora por julgar que “estilo libanês” e “escola libanesa” abrem margem para generalizações estilística e despersonalizações artísticas).
Abaixo, a libanesa Howaida Hashem, dançando ao som da tipicamente libanesa “tabl” um verdadeiro show de variedades que passa pelo uso de 3assaya (“bengala“), que não deve ser necessariamente associada à dança folclórica típica de Sa3idi (do Sul do Egito), já que é usada também por bailarinas de dança do ventre, incluindo libanesas, e referências à dança de Khaleege (“golfo“).
Por fim, um vídeo da famosa Samara. Atentem-se ao uso de outras partes do corpo que não o quadril durante a leitura da taqsim de qanoun e à frequência com que ela utiliza movimentos em “cambrê” e braços informais.
Espero que tenham gostado!
Na próxima postagem, falarei sobre cultura pop libanesa.
Um beijo e até breve!
Rebeca
Tremolo de Quadril by Rebeca Bayeh is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Eu particularmente gosto muito do estilo libanês. Acho ela mais dinâmicas e interagem mais com o público.
Uma bailarina que eu adoro e tem poucos vídeos eh a dina jamal. Já pesquisei o pq ela parou de dançar mas n achei nada. Sera q vc saberia alguma informação? Obrigada
Oi Carol! Obrigada por participar!
Eu também adoro os poucos vídeos que vi dela. Muito expressiva!
Mas infelizmente não sei dizer o que aconteceu não 🙁
Se um dia eu descobrir, prometo voltar aqui para te contar 😉
Beijão!
Rebeca
Olá, Rebeca! Gostei muito do artigo, muito grata por trazer este estudo. Vou repassar para minhas colegas e professora.
Bem-vida de volta! 😉
Eu que agradeço pelo interesse e carinho de sempre!
Obrigada e bons estudos!
Beijão!
Beca
Como é maravilhoso receber informações sobre a dança oriental, especialmente quando não são abordadas só questões técnicas, mas também culturais e artísticas!!! Gratidão pelo artigo!!! Adoro as publicações que você faz 🙂
Muito obrigada pelo carinho, Ana!!
Fico MUITO feliz por estar agregando conhecimento aos seus estudos!
Seja bem-vinda sempre.
Mil beijos e abraços!
Rebeca
Oi, Rebeca
Eu, particularmente, adoro o estilo porque o acho muito expressivo e animado! Dizem que eu tenho um estilo libanês de dançar. Estudei um pouco do estilo e sempre vi muitos vídeos, mas poucas vezes, dancei com intenção libanesa.
Hoje, a grande maioria diz que sua influência é egípcia, mas poucos sabem que as libanesas foram mega influenciadoras nas bailarinas brasileiras dos anos 90… eu recebi essa influência da minha professora, mas só ganhei consciência disso muitos anos depois.
Tenho um post sobre o estilo também, linkei você lá!
http://hannaaisha.blogspot.com.br/2010/10/estilo-libanes-de-danca-do-ventre.html
Beijos
Oi Hanna!
Muito obrigada pela participação e pela linkagem!
Sim!!! Na verdade, a proporção de egípcios no Brasil é irrisória se comparada à de sírios e libaneses! As influências ocidentais (americana e, como você bem mencionou, argentina) e egípcias vêm principalmente através de mídias e de intercâmbios pontuais, não vivências contínuas.
Aproveitando, adoro seu estilo de dança 🙂 e acho lindo quando uma artista entende “de onde vem” e a partir daí decide “quem quer ser” 🙂
Mil beijos!
Beca
Adorei Beca, muito interessante o assunto a dedicação sua em trazer mais conhecimento.
Adoro saber, conhecer as peculiaridades da dança do ventre pelo mundo.
Super BJ e atualiza meu email, pfv.
O ig não me quer mais, só pagando!
Muito obrigada, querida! A disposição vem de pessoasm como você, que sempre acompanha e dá feedback. Obrigada!
E-mail atualizado!
Muitos beijos e boa semana!
Rebeca
Rebeca, pra variar o artigo está maravilhoso!
Só senti falta da grande bailarina que influenciou todas essas que estão no seu post, a Nadia Gamal, que apesar de ter nascido no Egito, migrou no final da adolescência (mas já era bailarina profissional) para o Líbano e fez do país a sua casa e também foi lá que construiu a sua carreira.
Acho o máximo ver essas bailarinas libanesas e ver o estilo da Nadia tão presente, é lindo, porque infelizmente a Nadia Gamal nos deixou tão cedo.
http://ventredadanca.blogspot.com.br/search/label/Nadia%20Gamal
Beijos!!!!
Querida, muito obrigada por contribuir com seus textos maravilhosos!
Seja sempre muito bem-vinda por aqui e saiba que seu trabalho também me inspira muito!
Beijos e uma ótima semana!
Rebeca